
O veado olhava sua imagem no riacho:
_Que bela galhada eu tenho!
Exclamava orgulhoso.
_Mas que gambitos de pernas!
Reclamava insatisfeito.
Um dia, chegou um caçador
E o veado teve que fugir.
Pulava, corria, avançava
E se afastava do mal que o afrontava.
Entrou na mata fechada, sempre fugindo
Até que sua galhada ficou presa,
Enroscada, nos galhos das árvores.
O caçador o alcançou
E o veado ele matou.
Pobre veado que morreu
Sem perceber e dar valor
Ao que o mantinha vivo
E o que ele mais desprezava:
Suas delgadas e desprezadas
Pernas.
Será que teremos mais tempo
Do que o veado
Para percebermos e darmos valor
Ao que realmente nos sustenta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário